sábado, 13 de março de 2010

PAULA, DE ISABEL ALLENDE

Paula, de Isabel Allende, não se trata apenas de um drama. Em algumas partes do livro é possível observar um ar de comédia, tem algo de sobrenatural e é um documentário maravilhoso sobre um época, sobre um país, sobre um livro para nos fazer rir, chorar e nos encantarmos pela vida magnífica desta grande escritora.

O facto de ela colocar num livro, não muito extenso, praticamente toda a sua história e da sua família, com todos aqueles familiares esplêndidos, faz-nos considerar que estamos a participar nas histórias contadas.

Para contar todo o seu drama e sofrimento no leito da sua filha, devido a uma doença que a levou a um estado de coma profundo, Isabel começou a escrever este livro para que, quando Paula acordasse deste coma, pudesse relembrar, através destas páginas, toda a história da sua família, desde o seu início, com todos os detalhes; a partir dos seus parentes mais antigos que chegaram ao Chile, para dar início à saga de uma família de grandes personalidades

Com a leitura deste livro, interessantíssimo, podemos tirar várias lições de vida. Isabel Allende garante que esta obra não é sobre a morte. Caracteriza-a como uma memória trágica da história da morte de uma jovem rapariga, mas sobretudo uma celebração de vida. Isabel Allende já sabia do estado da sua filha há muito tempo – Paula era portadora de porfíria (doença que degenera o mecanismo do fígado e reflecte-se depois a nível gastrointestinal e neurológico), doença hereditária que recebeu através do pai, Miguel Frías, o primeiro marido da escritora. Paula ficou em coma durante um ano, acabando por falecer em casa da mãe e do padrasto na Califórnia, a 6 de Dezembro de 1992, com apenas vinte e nove anos de idade.

Esta obra é bastante nítida e clara, porque se difícil é escrever sobre a morte, ainda mais doloroso é escrever sobre a morte de um filho. Isabel Allende começou por contar uma história para que a filha não se sentisse perdida no despertar, mas as páginas que redigiu transformaram-se numa lenta meditação, sem destinatário específico, e por isso gostei imenso.



Ana Rita Lacerda 11ºD

A PRISÃO DO SILÊNCIO

Kevin Richter, um rapaz de quinze anos, vivia num mutismo voluntário há cerca de oito anos. Durante todo este tempo frequentou diversas instituições de acolhimento. Foi então que, no Instituto Garson Gayer, Kevin conheceu a técnica de ensino especial, Torey Hayden. Esta fora sido contratada, a fim de ajudar o rapaz a sair da sua “prisão” e a tentar perceber as razões que o levaram a tal.

Quando Torey viu Kevin pela primeira vez, encontrou-o debaixo de uma mesa, barricado , com as cadeiras à volta. Balançava o corpo para a frente e para trás com o medo estampado no rosto. Para além de não pronunciar uma palavra, recusava-se também a tomar banho, pois tinha pânico da água e de se despir por completo. Todo o pessoal de Garson Gayer o tratava por Enjaulado e consideravam-no um caso perdido. Mas Torey não desistiu dele como muitos outros haviam feito. Levava-lhe livros de pintar, para as sessões, juntamente com canetas de feltro e lápis para colorir. Foi assim que lhe descobriu o talento para a pintura.

Mesmo face a estes progressos, Torey não se dava por satisfeita com a falta de informações do processo do rapaz. Já o lera dezenas de vezes, mas de nada lhe serviu. Após ter arranjado o contacto de uma antiga assistente social, que se ocupara do caso de Kevin há alguns anos, Torey veio a descobrir uma terrível história de violência e abandono: Kevin vivera com a mãe, o padrasto e as suas duas irmãs mais novas, Carol e Emily.

O padrasto de Kevin era alcoólico e, devido a esta anomalia, Kevin recusava-se a dirigir-lhe uma sequer palavra. O padrasto, perante tal afronta, maltratava as irmãs diante do rapaz e chegou mesmo a abusar de Carol, a irmã mais nova. Mas não ficou por aqui. Certa noite, o padrasto chegou a casa em tal estado que se zangou com a pobre Carol. Kevin, na tentativa de proteger a irmã, suplicou à mãe que fizesse algo, que o tentasse impedir de bater na menina. Mas esta respondeu-lhe que não se metesse nos assuntos deles. Carol foi espancada até à morte com a placa do fogão até se conseguirem ver os miolos espalhados na enorme poça de sangue.

Hayden trabalhou com Kevin durante cerca de três anos. Foi um processo lento de evolução, mas no fim, Kevin tinha vencido todos os seus medos e os “ataques de fúria” (esquizofrenia) estavam bastante mais controlados. Já se parecia com um rapaz normal, como ele referiu numa das sessões.

Torey arranjou uma casa de acolhimento para Kevin. Nesta casa, para além da recente presença do rapaz, viviam mais cinco adolescentes com passados semelhantes e um casal que desempenhava o papel de pais. No início, Kevin não gostou da casa e nem sequer fez um esforço pois, recentemente tinha sido rejeitado. Mas Torey convenceu-o. Voltou à escola e encontrava-se bastante feliz e orgulhoso dos seus resultados. A sua vida tinha ganho um novo rumo e, como todos os adolescentes, apaixonou-se pela primeira vez…


Rita Almeida

O ALQUIMISTA

Santiago era um pastor que tinha trocado a vida de frade, vida desejada pela sua família de poucas posses, pela de pastor, pois sempre sonhara viajar, enquanto pastava as suas ovelhas por Andaluzia.

Certa noite, Santiago levou as suas ovelhas para uma igreja, em ruínas, onde sonhou com uma criança que o levara até às Pirâmides do Egipto e que lhe disse que se ele fosse até lá encontraria um tesouro. O sonho repetiu-se por várias noites, o que levou a procurar uma cigana para que interpretasse o seu sonho. Esta disse-lhe que devia fazer exactamente o que a criança lhe pedira. Santiago não acreditou nas palavras da cigana, mas ao encontrar um senhor, que afirmava ser o Rei de Salém e que o aconselhou a fazer o que o sonho pedia, começou a acreditar que essa era a sua Lenda Pessoal (aquilo que sempre se desejou fazer) e que o dever de todos os homens era cumpri-la.

Após a conversa com o Rei, o protagonista parte para o Norte de África. Chegado a Tânger é-lhe roubado todo o seu dinheiro, o que o leva até um Mercador de Cristais ao qual se oferece para trabalhar, por um dia, para poder recuperar o seu dinheiro. Porém, anos de trabalho eram precisos para o conseguir. Sem mais esperança, Santiago decide trabalhar com o Mercador, para ter dinheiro para comprar ovelhas. Durante o período em que trabalhou com o Mercador, o negócio cresceu, voltando a prosperar como nos primeiros tempos, o que fez com que Santiago ganhasse muito mais do que seria de esperar, o que permitiu que partisse numa caravana pelo deserto com destino às Pirâmides.

Na viagem aprende, com os sinais do deserto, a interpretar os Sinais de Deus e os segredos da Alma do Mundo, bem como a Alquimia, pois na caravana ia um inglês que tinha como destino o oásis, onde morava um alquimista que tinha conseguido obter a Pedra Filosofal e o Elixir da Longa Vida.

Devido a uma guerra de clãs, o oásis era um porto seguro por ser território neutro e para o inglês era a oportunidade de encontrar o alquimista. E foi enquanto o ajudava, que Santiago conhece a mulher pela qual se apaixona à primeira vista: Fátima.

Uma tarde, ao interpretar um sinal, Santiago impede que o oásis seja atacado por uma dos clãs e é depois que conhece o alquimista, que se oferece para o ajudar a atravessar o deserto até às Pirâmides.

Perto do seu destino são feitos reféns, por um dos clãs, e a única forma de poderem seguir viagem é a de Santiago transformar-se em vento; feito que consegue, através da Alma da Mundo.

Já perto das Pirâmides, o protagonista escava no local onde o seu coração disse que se encontraria o tesouro. Enquanto o fazia é assaltado e espancado; no entanto, quando pensava ser o seu fim, o chefe dos assaltantes conta-lhe que ele também tinha tido um sonho acerca daquele local e em que lhe diziam que devia ir a Espanha procurar um tesouro, numa igreja abandonada, onde os pastores dormiam com as suas ovelhas. E é assim que Santiago fica a saber o local do seu tesouro.

Volta assim a Espanha, para ir buscar o seu tesouro, tendo em mente que se o tivesse encontrado, na noite em que teve o sonho, não teria aprendido tudo que a viagem teve para lhe ensinar e não teria conhecido Fátima, para quem se preparava para voltar, pois esta esperava-o no oásis.


 

Ariana Peredo, 11º D

AMOR EM MINÚSCULAS

Samuel é um professor universitário, que vive no mais perfeito isolamento e, na última noite do ano, tem a certeza de que os 365 dias seguintes não serão muito diferentes daqueles que passaram: milhares de provas para corrigir e aulas para preparar... Desperdiça os seus dias em idas e vindas do seu apartamento, onde se refugia na leitura e música e nas aulas da Universidade de Barcelona que o fazem sentir-se ainda mais fora do contacto social.

Até que um dia, um gatinho abandonado entra pela sua casa dentro, rompendo a solidão do professor. Porém, Samuel não imaginava que aquela “visita” seria o começo de uma incrível mudança na sua vida. Mishima, nome que Samuel deu ao gato, leva o seu dono a conhecer várias personagens, como por exemplo: Titus, que era coleccionador de sabedorias com quem jamais tinha trocado palavra, o enigmático Valdemar – obcecado com uma viagem à lua e, também, uma veterinária com dotes de psicóloga.

Com a ajuda de Mishima, Samuel redescobre um amor de infância perdido, pois o gato leva-o a conhecer o velho, este que acompanha Samuel até à loja de comboios, e aí reconhece Gabriela, o tal amor, após trinta anos.

Desta maneira, Samuel vai abrindo as “portas” à vida e vive intensamente os acontecimentos do dia-a-dia, aprendendo que basta uma minúscula dose de amor, para dar cor e música à vida.


Andreia Simões, nº5, 11ºD

O RAPAZ DO PIJAMA ÀS RISCAS

Bruno é uma criança de nove anos que vive com a sua família em Berlim, durante a Segunda Guerra Mundial.

Tudo corria bem na sua vida, quando o seu pai, oficial do exército alemão, foi promovido e tiveram que mudar de casa.

Então, da sua grande casa em Berlim, mudou para uma casa mais pequena, em “Acho-Vil”. Lá não tinha amigos para brincar nem sítios para explorar, pois os seus pais não o deixavam sair do jardim. Da janela do seu quarto conseguia ver uma grande vedação e, do outro lado, umas casa pequenas e muitas pessoas, vestindo o que parecia ser um pijama às riscas.



Um dia, casado de estar em casa, Bruno sai do jardim, sem os seus pais saberem, e caminha junto à vedação durante algum tempo, até que vê um rapaz muito magro, pálido e vestido com o tal pijama às riscas. Bruno conversa com o rapaz e descobre que o seu nome é Shmuel, que tem nove anos, que é judeu, que costumava viver na Polónia, com a sua família, e que foi levado para aquele lugar de que não gostava. Bruno não consegue entender porque razão Shmuel não gostava daquele sítio, onde tinha tanta gente para brincar.

Os dois continuaram a ver-se e tornam-se grandes amigos.


Um dia, quando estão juntos, Shmuel confessa que está muito preocupado, porque não consegue encontrar o seu pai e Bruno oferece a sua ajuda para ir procurá-lo. Shmuel deve arranjar um pijama para Bruno, para que este não chame as atenções no outro lado da vedação. No dia seguinte, Bruno chega à vedação, como combinado, veste o pijama e passa para o outro lado. Depois de algum tempo de busca, começam a soar apitos e os militares reúnem forçadamente as pessoas que vestiam os pijamas listados.

Havia uma grande inquietação, pois as pessoas reunidas nunca mais eram vistas. Bruno não o sabia e porque o seu pai era militar, não estava preocupado, pois tinha aprendido a confiar neles. Foram todos levados para uma sala fechada, onde ficaram muito apertados e Bruno segura a mão de Shmuel com muita força, e diz-lhe que ele é o seu melhor amigo, para toda a vida. A amizade entre os dois era tão forte que o que o unia aos seus amigos, que deixou em Berlim, não passava de uma leve recordação.



O pânico instalou-se quando a porta de entrada foi subitamente fechada e um som metálico se ouviu do lado de fora. Bruno ficou intrigado, mas como estava um dia muito chuvoso, pensou que era para abrigar as pessoas da chuva, para que não ficassem doentes. De repente, a sala ficou muito escura e, apesar de toda a confusão, Bruno apercebeu-se de que ainda estava a apertar a mão de Shmuel e que nada no mundo seria capaz de convence-lo a largá-la.

Bruno nunca mais foi visto, o que destruiu a sua família.

 
Ana Marta 11º D.

domingo, 24 de janeiro de 2010

CÃO QUE LADRA NÃO MORDE

Foi dado o desafio aos alunos do 7º ano de escreverem uma história a partir dum provérbio, tendo as professoras dado, primeiramente, o exemplo. 

Aqui temos a primeira.

 « Cão que ladra não morde»




É quem ameaça, mas não cumpre…





Era uma vez, há muitos, muitos anos, na época em que os animais falavam, uma família de ovelhinhas.




Viviam muito sossegadas e felizes numa linda e verdejante colina, mesmo no sopé dos Alpes Suíços. Era uma família unida e feliz. Todos os dias pastavam, juntamente com todos os outros membros do rebanho.




O pastor era um homem bom, já com alguma idade, que tocava divinamente a sua flauta enquanto os dias passavam devagar e o rebanho se entretinha comendo e vagueando pela colina.



Ele conhecia de cor cada uma das suas ovelhas, as datas dos seus nascimentos e os seus hábitos mais peculiares.




Conhecia a mania de «Rasteirinho», o mais jovem cordeirinho da família, correr em perseguição das abelhas e das borboletas, perdendo, muitas vezes, o norte. Nunca o perdia de vista, não podia deixá-lo afastar-se muito, nem embrenhar-se no bosque, onde poderia perder-se e ficar à mercê de todo o tipo de perigos.




A mãe de «Rasteirinho», a ovelha «Mimosa», repreendia frequentemente o filho:



-Porque é que não hás-de ser como os teus irmãos? Porque é que insistes em afastar-te? Um dia castigo-te e passas uma semana sem sair do curral!




- Este miúdo é um palerma, um sem miolos! – disse-lhe o pai zangado, quando um dia o encontrou preso na cerca por ter tentado saltá-la em perseguição de um passarinho colorido. – Se volto a ver-te fazer disparates prendo-te ao poste.




Valeu-lhes o pastor que o libertou. Aliás, era sempre o pastor que acabava por salvar «Rasteirinho» das suas travessuras, ou melhor, do mau resultado destas e dos raspanetes dos pais.
«Rasteirinho» não parecia importar-se, para ele era tudo uma aventura. E além disso… as ameaças dos pais não passavam disso mesmo…




Certo dia, já ao entardecer, o pastor assobiava uma melodia triste e calma na sua flauta. Parecia perdido nos seus pensamentos.



«Rasteirinho» estava junto ao regato e viu um sapo a coaxar. Ali ficou uns segundos a observá-lo. Os pais e os irmãos comiam a sua última refeição do dia.



- Não bebas muita água ou passas a noite a fazer chichi! – baliu a mãe, fazendo uma pequena pausa na sua refeição.




«Rasteirinho» nem olhou para ela. Deu um salto em direcção ao riacho numa tentativa de alcançar o sapo, que deu um salto enorme e foi para outra pedra, mais adiante. «Rasteirinho» saltou de novo. Quase o apanhou. Nova fuga, novo salto.



- Volta imediatamente ou ponho-te de castigo – ameaçou o pai, ao longe.



«Rasteirinho» continuou na sua saga. Desta vez, a mãe afastou-se da família para tentar controlá-lo com o olhar. E foi nesse preciso momento que viu, quase num piscar de olhos, uma ave de rapina aproximar-se num voo rápido e picado, com «Rasteirinho» na sua mira.




Baliu, gritou aflita, mas todas as ovelhas fugiam, agora, na direcção oposta. O pai de «Rasteirinho» ficou imóvel, bem como a ovelha «Mimosa», impotentes para evitar o pior…




O pastor só se apercebeu já a ave levava o cordeirinho, bem preso nas suas garras, rumo ao pôr-do-sol. Ainda correu, praguejou de braços erguidos…



- Deveríamos ter sido mais severos com ele…, mais firmes…- murmurou o pai com a voz embargada pelo sofrimento.

- Nunca se sentiu verdadeiramente ameaçado com os nossos avisos, achava que éramos implicantes e que nada de mal podia acontecer-lhe…- chorou a mãe angustiada.




Professora Ângela Quelhas

domingo, 17 de janeiro de 2010

OS TRÊS PORQUINHOS (nova versão)



Era uma vez 3 porquinhos, que viviam na cidade.



Um dia o seu pai aconselhou-os: -Meninos, vocês têm que ir para a escola e estudar, senão vão servir de presunto para um hipermercado!


Os 2 mais novos, como gostavam muito de brincar, disseram: -Mas pai, nós queremos é brincar, não queremos ir para a escola. E o irmão mais velho, que gostava de estudar, rebateu: -Não pode ser, vocês têm é que estudar para terem um grande futuro.


-Mas ninguém te perguntou nada, por isso não te metas! – Responderam eles.


-O vosso irmão tem razão, têm que ir para a escola, senão… – Frisou o pai.


No dia seguinte, preparam-se todos para ir para a escola, mas ao lá chegarem, o irmão mais velho entrou para a sala de aula e os mais novos foram brincar.


Enquanto os mais novos brincavam, apareceu o lobo.


-Que fazem aqui dois leitõezinhos tão apetitosos?


-Oh! vai-te embora que nós não queremos conversa!


-Mas que maneira de falar! Eu sou o rei das batatas fritas, se quiserem vir comigo, eu ofereço-vos um saco cheio, ou melhor, 2 sacos cheios…


-Boa! Adoramos batatas fritas! - gritaram em coro.



-Entrem no meu carro “BMW”. - convidou o lobo.



Quando chegaram ao bairro da “Alcateia dos ranhosos”, o lobo disse:



- Agora, têm que trabalhar para mim senão como-vos!



- Não! Por favor, não nos coma, somos muito novos para morrer!



-E as minhas batatas fritas?



- Façam o que eu vos mando!



- O quê? Nós nem sabemos trabalhar!



-O mais novo pode fazer-me a pedi cure e o mais velho pode fazer-me a depilação.



- Que nojo, não sei fazer depilação! E eu não sei fazer pedi cure! - Reclamaram os porquinhos.



-Menos conversa e mais trabalho!



Quando o mais velho saiu da escola não encontrou os irmãos.



Perguntou à vaca Matilde (que era muito cusca) se tinha visto os seus irmãos. E a vaca Matilde respondeu-lhe:



-Por acaso vi-os passar, e não iam com muito boa companhia…Iam com o lobo.



-Obrigada, dona Matilde.



Ouvindo isto, o porquinho calculou logo que o lobo os tinha levado para o bairro da “Alcateia dos Ranhosos”.



Quando lá chegou, o porquinho viu os seus irmãos a trabalhar para o lobo e foi tentar negociar com ele:



-Boa tarde, senhor lobo, queria fazer-lhe uma proposta.



-Pode fazer. – anuiu o lobo.



-Os meus irmãos, com certeza, não estão a fazer muito bem o seu trabalho.



-Por acaso, até tem razão!



-Pois claro, eles ainda não estudaram para o fazer bem, se me deixar levá-los, prometo que eles estudarão para serem uns grandes esteticistas e fazerem-lhe a depilação e a pedi cure perfeitas.



-Então, assim, pode ser. Mas eu vou estar de olho em vocês. Se quando acabarem os estudos, não me fizerem a depilação e a pedi cure todos os dias, já sabem o que acontece…



A partir daí, os porquinhos nunca mais faltaram às aulas. Tiraram, realmente, o curso de esteticista, no entanto, nunca mais apareceram no bairro da “alcateia dos ranhosos”. O lobo ainda pensa que um dia lhe vão fazer a pedi cure e a depilação de graça…

Catarina Nogueira, 7º C