Quando começamos a ler o livro pensamos
que as situações que eles viveram só podiam ocorrer naquela época, mas depois
de um olhar pormenorizado conseguimos verificar que na evasão escolar, no
império da droga, no comércio ilegal de armas, na tentativa de parcela da
população, em diminuir a maioridade penal, que esse retrato da injustiça, na
infância e na adolescência, ainda persiste nos dias de hoje.
O
livro ilustra muito bem cada uma das personagens, física e psicologicamente,
através das suas falas e ações; apresenta uma forte presença de regionalismo na
linguagem, uma enorme expressividade nas falas de cada personagem e expressões
e girías da linguagem da época; dá vida a temas como a religião, o sexo, a homossexualidade,
a prostituição e a corrupção.
A obra carateriza os meninos, apesar dos
roubos, invasões, mentiras e ataques, como heróis e vítimas da sociedade, e
retrata todos aqueles que reprovavam, julgando as suas atitudes, como ladrões.
Capitães da Areia é uma obra de
leitura envolvente e interessante que flui com facilidade e nos faz refletir
acerca dos problemas sociais que há tanto tempo existem na nossa sociedade.
Miguel Costa, 9º A