quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Junky

William S. Burroughs


Junky é uma história de vida e sofrimento. Aqui, William, o autor, fala na primeira pessoa e partilha connosco a sua experiência de vida enquanto toxicodependente Bill nasceu em 1914, numa sólida casa de tijolo com três andares em Midwest. Seu pai dirigia um negócio de madeiras. Em criança tinha alucinações. Aos sete anos mudou-se para os subúrbios (diziam os seus pais que era para ‘’fugir às pessoas’’). Ingressou num liceu suburbano particular, onde se envolveu, emocionalmente, com um colega. Por isso passavam os Domingos juntos, ora a explorar os arredores, ora a andar de bicicleta e a pescar. Tudo parecia caminhar de um modo harmonioso e equilibrado.Certo dia, porém, Bill leu a autobiografia de um ladrão, sentindo-se curioso quanto a esse mundo. Olhando para o amigo, reconheceu nele um bom aliado para, juntos, descortinarem o mundo do crime. Nas suas andanças, descobriram uma fábrica e imediatamente decidiram partir as janelas. Os pais, de ambos, pagaram os estragos e, visto que a amizade de Bill só prejudicava o amigo, denegrindo o seu ‘’estatuto social’’, foram obrigados a separar-se.Bill não se fez rogado, enveredou sozinho pelo mundo obscuro da marginalidade. O seu comportamento, durante as intromissões que fazia às diferentes casas, era estranho, pois nunca levava nada consigo. Note-se que, aparentemente, Bill não tinha nenhuma razão ou necessidade para roubar. Até porque, por vezes, quando trazia consigo a pistola de calibre vinte e dois, entretinha-se a matar as galinhas.
Mais tarde prosseguiu os seus estudos, licenciando-se, numa das três melhores universidades da cidade. Optou pelo curso de Literatura porque nenhum outro suscitou nele qualquer interesse. Odiava a universidade e a cidade onde residia. Após a licenciatura, passou a receber mensalmente a quantia de cento e cinquenta dólares. Tal valor não era significativo para fazer frente às suas despesas, portanto, como era época de depressão e havia dificuldades em conseguir-se um emprego, optou por vaguear pela Europa. De regresso aos Estados Unidos, e depois de ter sido rejeitado de cinco programas de formação para oficiais, por razões físicas, foi recrutado para cumprir serviço militar por tempo ilimitado. Como tal ideia não lhe agradou, procurou furtar-se a essa ordem, apresentando o atestado médico que lhe fora passado pelo manicómio (é que certa vez armara-se em Van Gogh, tendo cortado a articulação de um dedo). Depois disso arranjou diversos empregos, desde detective privado a barman.Governava-se bem com a sua mesada até entrar no mundo da droga e, aí, ficar preso. A sua primeira experiência fora em 1944-1945, em tempo de guerra quando conheceu Norton, que afinal se chamava Morelli. Norton tinha sido expulso do exército por falsificação de um cheque e pelo seu mau caractér. Dedicou-se a negócios ilícitos, o primeiro foi a venda de uma metralhadora. Depois desse, foi conhecendo/contactando cada vez mais com as drogas e estreitando relações de amizade com as pessoas desse ramo. Conheceu Roy, um drogado muito arredio e desconfiado. Bill conseguiu fazer-se aceitar por ele e, certo dia, Roy incentivou-o a roubar carteiras aos embriagados que paravam pelo metro. Foram detidos pela polícia e Bill apanhou quatro meses de pena suspensa. Quando foi libertado, desistiu de roubar e começou a vender droga.Tempos depois, abandonou esse negócio, mas o seu apartamento reconvertera-se em ‘’casa de chuto’’. Tal facto poderia contribuir para a sua detenção, caso a polícia o descobrisse. Decidiu, então, ir para Sul. Leu um artigo sobre um estudo feito na Colômbia, a propósito da yage, uma planta que aumenta a sensibilidade telepática. Movido pela necessidade de viver experiências fortes e alucinantes, que lhe abrissem o espírito, partiu para o Sul lá, à procura da dita planta.
Excerto:
‘’Podia-se, claro está, fazer as seguintes perguntas: Porque se experimentam drogas? Porque se continuam a tomá-las até ficar viciado? Viciamo-nos porque não temos motivações fortes noutra direcção. A droga ganha por desinteresse. Experimentei por curiosidade. Deixei-me ir chutando sempre que podia e acabei por ficar dependente. A maior parte dos drogados com quem falei relata a mesma experiência. Que se lembrem, não começaram a tomar drogas por nenhum motivo específico. Deixaram-se ir até ficar apanhados. Se nunca se foi viciado, não se pode compreender bem o que significa, para um toxicómano, precisar de drogas. Não se toma a decisão de ser toxicodependente. Acorda-se uma manhã e já está. ‘’
Opinião:
O livro é bastante realista. A linguagem é cruel. É um bom livro para ser lido, pois retrata pormenorizadamente e vida de um toxicodependente. Como está na primeira pessoa do singular, por vezes, sentimo-nos na pele do autor, o que nem sempre é muito agradável.Surpreendeu-me o facto de Bill ter a plena consciência de que o início do consumo de drogas, na generalidade, acontece de um modo espontâneo. Pois costuma afirmar-se que esta procura surge como uma fuga à vida problemática do dia-a-dia, o que parece não ser verdade. Penso que todos nós, Homens Racionais de Boa Vontade, devemos reflectir nas armadilhas que, imperceptivelmente, se vão manifestando no nosso caminho. Devemos questioná-las, questionado a nossa força e vantagens de sairmos delas vencedores ou...A RAZÃO do Ser Humano não está em experimentar tudo, mas em antecipar o sofrimento, a dor, a alegria, a sabedoria, enfim… o CONHECIMENTO que tirará dessas experiências que se apresentam como possíveis de ser vividas (eu não preciso de dar um tiro no pé para saber que isso dói; eu não tenho necessidade de me atirar de um arranha-céus para constatar que sou, fisicamente, mortal…). Há um SABER que, se deveras ouvido, nos orienta.Nós nascemos para crescer todos os dias como seres livres e felizes e não seres aprisionados ao NADA.



Patricia Gonçalves11ºINº 1

A CRIANÇA QUE NÃO QUERIA FALAR

Título Original: One Child


Autora: Torey Hayden





Esta é a história verídica de Sheila, uma menina de 6 anos. É a sua luta no MUNDO REAL. Com a ajuda da sua professora Torey (autora do livro), esta criança brilhante vai descobrir que existe mais neste mundo do que a negligência e o abandono que conhece.Sheila é integrada na aula de Torey, para crianças perturbadas e/ou com doenças mentais, algumas semanas depois do início do ano lectivo. O seu primeiro dia de aulas foi péssimo, Sheila causa estragos e quase leva a doce professora ao desespero. Mas com amor incondicional, muita fé e paciência, Torey consegue cativar esta que é, no fundo, uma menina carinhosa.
Sobre a autora: Torey Hayden nasceu no dia 21 de Maio de 1951, em Livingston, Montana, nos Estados Unidos da América. Tirou várias especializações com crianças especiais, como autistas ou esquizofrénicos, e com perturbações causadas por traumas, como a violência doméstica, o abandono, etc. “A Criança que Não Queria Falar” foi o seu primeiro livro, escrito em 1980. Foi primeiramente escrito apenas como uma história pessoal para Torey se recordar do seu tempo extraordinário com Sheila. Demorou apenas oito dias a ser escrita, e só depois de ter terminado é que a autora considerou publicar o livro.
Opinião Pessoal: Recomendo vivamente a leitura deste livro, pois é uma experiência interessantíssima que nos desperta para as dificuldades do outro mundo real, para o confronto entre a dita normalidade e estas situações perturbantes e, acima de tudo, para a coragem de uma criança que nunca conheceu mais nada senão a violência, o abuso, o profundo desequilíbrio. Ao lermos esta VIDA, poderemos entender, aceitar e até intervir melhor nos mundos destes grupos especiais de crianças… “esta turma de malucos”, como Sheila a caracteriza.
Citações: O poema de Sheila é a melhor citação que surge nesta obra, uma vez que mostra o quanto era sábia esta criança, ao mesmo tempo que traduz a excessiva sensibilidade desta educadora. - “As pessoas interrogam-me, muitas vezes, sobre o poema pendurado na parede do meu gabinete. Parece-me de inteira justiça que conheçam a criança que o escreveu. Só espero ter tido metade do seu talento para escrever este livro.” – Torey Hayden, “A Criança Que Não Queria Falar”.






Diana 11º I

I’M IN LOVE WITH A POPSTAR



I’M IN LOVE WITH A POPSTAR


Pam é uma jovem de 16 anos, filha de pais separados, vive apenas com a mãe. Ama perdidamente o pai, por isso, todos os fins-de-semana ele a leva a sítios chiques, tratando-a como se ela tivesse 26 anos. Tal comportamento agrada imenso a Pam.
A leitura destas passagens fez-me lembrar dos tempos em que era pequena e da relação que eu tinha com o meu pai. Ainda hoje continuo a ser a “menina do papá”… Porém, recentemente, a agitação das nossas responsabilidades não nos deixa muito tempo para conversarmos e, por outro lado, já sou um bocadinho grandinha para ele me pegar ao seu colo.
A mãe de Pam é uma senhora moderna e muito namoradeira, acabando por se apaixonar pelo Nuno, pai do Pedro, o melhor amigo de Pam.Pam, uma rapariga inteligente e responsável, não se sente vocacionada para os namoricos próprios da sua idade. Contudo, quando ouve um certo “DVD”, de uma banda sonora, que a mãe lhe comprara, apaixona-se imediatamente pelo cantor, “Peter Franks”. O sonho de assistir a um concerto seu, fascina-a; a ideia de conhecer, pessoalmente, o cantor persegue- a… Finalmente o seu desejo torna-se realidade, graças à mãe que lhe oferece o bilhete de avião para Londres, cidade onde se realizaria o tão ambicionado espectáculo.
Pam sente-se felicíssima, pois não só vive a magia do concerto, como também acaba por ter o privilégio de conversar longamente, nessa mesma noite, com o próprio Peter Franks.Que experiência inolvidável!
É nessa altura que percebe que o Amor mora mesmo ao seu lado - ali, em Londres, as saudades do seu companheiro diário e amigo de todos os instantes, o Pedro, apoderam-se dela. Quer chegar a Lisboa para poder partilhar com ele aquele novo e estranho sentir. Anseia dizer-lhe que o ama, como nunca amara ninguém.
Eis um livro de fácil leitura e interessante. Aborda temas bastante actuais que marcam as vivências diárias dos jovens adolescentes. Mais uma vez constatei que há coisas fundamentais na nossa vida: devemos sempre lutar pelos nossos sonhos e acreditar que “Tudo acontece como e quando tem de acontecer”
Algumas das citações que mais me tocaram:“O essencial é invisível aos olhos”“Os livros bons são aqueles que nos dão respostas para a vida”“A minha mãe é o fiel da minha balança e eu o fiel da dela”“A memória é um tesouro sem preço”“Os amigos não se fazem, reconhecem-se” “Aprendi que os nossos sonhos se podem tornar realidade”“Estou tão feliz que, se agora rebentasse, semeava pozinhos de felicidade pelo mundo inteiro”


Liliana 11ºI Nº3