sexta-feira, 8 de abril de 2011

DE CABEÇA PARA BAIXO


A propósito da obra de José Gomes Ferreira - Aventuras de João Sem Medo, foi pedido a alunos do 8º ano que escrevessem textos criativos cuja personagem principal fosse o herói da obra, como está descrito no post anterior.

E aqui está o texto que o 8º B considerou como o melhor.



      Depois de acordar, João sem Medo continuou a sua caminhada para a Felicidade. Teve de andar bastante para chegar a uma estranha cidade totalmente diferente das outras, pois estava de cabeça para baixo. O João, quando entrou nela, com um pé, também se virou de pernas para o ar, parecia-lhe uma maluqueira, mas até gostava de se encontrar ali, mas ele não sabia que aquilo ainda não era tudo. Decidiu então arrastar-se mais para dentro da tal cidade cheia de alegrias.

      Quando já se aproximava do parque central da cidade, avistou dois vultos, que depressa se dirigiram a ele.

      Os dois vultos chegaram até ao João, tiraram os capuchos que lhes tapavam as caras e abordaram-no:

      -Então, miúdo, o que estás aqui a fazer? O Anfiteatro é na outra direcção. – Disse-lhe um homem irregularmente cabeçudo e pálido como cal.

      -Anfiteatro?! Mas que Anfiteatro? – Respondeu o João sem entender nada.

      -Mas tu acabaste de acordar, ou quê? – Desta vez falava o outro, um homem bestialmente obeso e com apenas um olho.

      - Olhem, desculpem, mas não vos conheço, não sou desta cidade. – Rematou o João, já não achando piada nenhuma.

      - Ah! Desculpa, o meu nome é Zarolho, só tenho um olho, e este é o meu amigo Nívea, porque é pálido.

      - O meu nome é João, e porque é que temos de ir para o Anfiteatro?

      - Temos de estar lá presentes para o casamento da Camila e do Ruca, despacha-te! Segue-nos!

      O João seguiu os dois amigos até chegarem a um estabelecimento colossal.

      Quando entraram, viram que já estava a ser celebrada uma cerimónia bastante bonita de um casamento entre dois objectos faladores, um bule e um candelabro.

      O João ficou surpreendido com a magia das coisas…

      - Estamos, hoje, aqui reunidos para testemunhar e celebrar o casamento de duas pessoas muito apaixonadas…- o padre começara a discursar.

      Até ao fim presenteara aquela espectacular prova de amor eterno.

      Mais tarde, o João decidiu seguir caminho, agora o Zarolho e o Nívea acompanhavam-no.

      Já ao final da tarde, algures num campo deserto da tal cidade viram um monstro, que furiosamente lhes gritava:

      -Saiam daqui!

      Com medo, os três desataram a gritar. O tal monstro, que afinal era apenas um gigante com cinco olhos, aproximou-se, pegou neles com uma mão e disse-lhes:

      - Olá, o que aconteceu, precisam de ajuda?

      - Olá, sou o João. Não nos vais comer? É que ao princípio parecia. És tão aterrador.

      -Ah, não. Estava a gritar com as raposas, estavam a roubar a minha comida. Vão a algum lado?

      -Sim, nós queremos atravessar a cidade, mas é muito comprida…

      -Eu levo-os, chegamos lá ao fim do dia.
      E assim foi: o João, o Nívea e
o Zarolho despediram-se e continuaram.


                                                                 Arina Iovu
                                                                     8º B