domingo, 24 de janeiro de 2010

CÃO QUE LADRA NÃO MORDE

Foi dado o desafio aos alunos do 7º ano de escreverem uma história a partir dum provérbio, tendo as professoras dado, primeiramente, o exemplo. 

Aqui temos a primeira.

 « Cão que ladra não morde»




É quem ameaça, mas não cumpre…





Era uma vez, há muitos, muitos anos, na época em que os animais falavam, uma família de ovelhinhas.




Viviam muito sossegadas e felizes numa linda e verdejante colina, mesmo no sopé dos Alpes Suíços. Era uma família unida e feliz. Todos os dias pastavam, juntamente com todos os outros membros do rebanho.




O pastor era um homem bom, já com alguma idade, que tocava divinamente a sua flauta enquanto os dias passavam devagar e o rebanho se entretinha comendo e vagueando pela colina.



Ele conhecia de cor cada uma das suas ovelhas, as datas dos seus nascimentos e os seus hábitos mais peculiares.




Conhecia a mania de «Rasteirinho», o mais jovem cordeirinho da família, correr em perseguição das abelhas e das borboletas, perdendo, muitas vezes, o norte. Nunca o perdia de vista, não podia deixá-lo afastar-se muito, nem embrenhar-se no bosque, onde poderia perder-se e ficar à mercê de todo o tipo de perigos.




A mãe de «Rasteirinho», a ovelha «Mimosa», repreendia frequentemente o filho:



-Porque é que não hás-de ser como os teus irmãos? Porque é que insistes em afastar-te? Um dia castigo-te e passas uma semana sem sair do curral!




- Este miúdo é um palerma, um sem miolos! – disse-lhe o pai zangado, quando um dia o encontrou preso na cerca por ter tentado saltá-la em perseguição de um passarinho colorido. – Se volto a ver-te fazer disparates prendo-te ao poste.




Valeu-lhes o pastor que o libertou. Aliás, era sempre o pastor que acabava por salvar «Rasteirinho» das suas travessuras, ou melhor, do mau resultado destas e dos raspanetes dos pais.
«Rasteirinho» não parecia importar-se, para ele era tudo uma aventura. E além disso… as ameaças dos pais não passavam disso mesmo…




Certo dia, já ao entardecer, o pastor assobiava uma melodia triste e calma na sua flauta. Parecia perdido nos seus pensamentos.



«Rasteirinho» estava junto ao regato e viu um sapo a coaxar. Ali ficou uns segundos a observá-lo. Os pais e os irmãos comiam a sua última refeição do dia.



- Não bebas muita água ou passas a noite a fazer chichi! – baliu a mãe, fazendo uma pequena pausa na sua refeição.




«Rasteirinho» nem olhou para ela. Deu um salto em direcção ao riacho numa tentativa de alcançar o sapo, que deu um salto enorme e foi para outra pedra, mais adiante. «Rasteirinho» saltou de novo. Quase o apanhou. Nova fuga, novo salto.



- Volta imediatamente ou ponho-te de castigo – ameaçou o pai, ao longe.



«Rasteirinho» continuou na sua saga. Desta vez, a mãe afastou-se da família para tentar controlá-lo com o olhar. E foi nesse preciso momento que viu, quase num piscar de olhos, uma ave de rapina aproximar-se num voo rápido e picado, com «Rasteirinho» na sua mira.




Baliu, gritou aflita, mas todas as ovelhas fugiam, agora, na direcção oposta. O pai de «Rasteirinho» ficou imóvel, bem como a ovelha «Mimosa», impotentes para evitar o pior…




O pastor só se apercebeu já a ave levava o cordeirinho, bem preso nas suas garras, rumo ao pôr-do-sol. Ainda correu, praguejou de braços erguidos…



- Deveríamos ter sido mais severos com ele…, mais firmes…- murmurou o pai com a voz embargada pelo sofrimento.

- Nunca se sentiu verdadeiramente ameaçado com os nossos avisos, achava que éramos implicantes e que nada de mal podia acontecer-lhe…- chorou a mãe angustiada.




Professora Ângela Quelhas

domingo, 17 de janeiro de 2010

OS TRÊS PORQUINHOS (nova versão)



Era uma vez 3 porquinhos, que viviam na cidade.



Um dia o seu pai aconselhou-os: -Meninos, vocês têm que ir para a escola e estudar, senão vão servir de presunto para um hipermercado!


Os 2 mais novos, como gostavam muito de brincar, disseram: -Mas pai, nós queremos é brincar, não queremos ir para a escola. E o irmão mais velho, que gostava de estudar, rebateu: -Não pode ser, vocês têm é que estudar para terem um grande futuro.


-Mas ninguém te perguntou nada, por isso não te metas! – Responderam eles.


-O vosso irmão tem razão, têm que ir para a escola, senão… – Frisou o pai.


No dia seguinte, preparam-se todos para ir para a escola, mas ao lá chegarem, o irmão mais velho entrou para a sala de aula e os mais novos foram brincar.


Enquanto os mais novos brincavam, apareceu o lobo.


-Que fazem aqui dois leitõezinhos tão apetitosos?


-Oh! vai-te embora que nós não queremos conversa!


-Mas que maneira de falar! Eu sou o rei das batatas fritas, se quiserem vir comigo, eu ofereço-vos um saco cheio, ou melhor, 2 sacos cheios…


-Boa! Adoramos batatas fritas! - gritaram em coro.



-Entrem no meu carro “BMW”. - convidou o lobo.



Quando chegaram ao bairro da “Alcateia dos ranhosos”, o lobo disse:



- Agora, têm que trabalhar para mim senão como-vos!



- Não! Por favor, não nos coma, somos muito novos para morrer!



-E as minhas batatas fritas?



- Façam o que eu vos mando!



- O quê? Nós nem sabemos trabalhar!



-O mais novo pode fazer-me a pedi cure e o mais velho pode fazer-me a depilação.



- Que nojo, não sei fazer depilação! E eu não sei fazer pedi cure! - Reclamaram os porquinhos.



-Menos conversa e mais trabalho!



Quando o mais velho saiu da escola não encontrou os irmãos.



Perguntou à vaca Matilde (que era muito cusca) se tinha visto os seus irmãos. E a vaca Matilde respondeu-lhe:



-Por acaso vi-os passar, e não iam com muito boa companhia…Iam com o lobo.



-Obrigada, dona Matilde.



Ouvindo isto, o porquinho calculou logo que o lobo os tinha levado para o bairro da “Alcateia dos Ranhosos”.



Quando lá chegou, o porquinho viu os seus irmãos a trabalhar para o lobo e foi tentar negociar com ele:



-Boa tarde, senhor lobo, queria fazer-lhe uma proposta.



-Pode fazer. – anuiu o lobo.



-Os meus irmãos, com certeza, não estão a fazer muito bem o seu trabalho.



-Por acaso, até tem razão!



-Pois claro, eles ainda não estudaram para o fazer bem, se me deixar levá-los, prometo que eles estudarão para serem uns grandes esteticistas e fazerem-lhe a depilação e a pedi cure perfeitas.



-Então, assim, pode ser. Mas eu vou estar de olho em vocês. Se quando acabarem os estudos, não me fizerem a depilação e a pedi cure todos os dias, já sabem o que acontece…



A partir daí, os porquinhos nunca mais faltaram às aulas. Tiraram, realmente, o curso de esteticista, no entanto, nunca mais apareceram no bairro da “alcateia dos ranhosos”. O lobo ainda pensa que um dia lhe vão fazer a pedi cure e a depilação de graça…

Catarina Nogueira, 7º C